Padre Eduardo Frederico de Mello Garrido

(05/09/1800-sep. 18/11/1855)


Nasceu em Mértola a 05/09/1800, filho de Manuel Ignacio de Mello (1761-c. 1832), Capitão-Mor de Mértola, e de sua 1ª mulher D. Antónia Jacinta Navarro (F. 1806).

Foi baptizado a 23/09/1800 na Igreja Matriz de Mértola pelo pároco da Igreja de S. Miguel do Pinheiro, Padre José Inácio da Lança, sob licença do Prior de Mértola, Padre José Freire da Silva. Foram padrinhos Domingos de Mello Breyner (Brainer no assento...) e D. Rosa Paula Xavier Monteiro, a qual tocou com Procuração o seu marido António Rodrigues Bravo.

F. Mértola e foi sep. a 18/11/1855.


Seguiu a carreira eclesiástica e foi padre em Mértola, Coadjutor da Igreja Matriz desde pelo menos Agosto de 1848 até morrer. Não era normal, na época, o filho varão mais velho dedicar-se à Igreja em vez de suceder ao pai na gestão do património da Família; presumo que, no caso do Padre Eduardo Frederico, se tenha tratado de uma verdadeira vocação e não de uma saída profissional normalmente adoptada pelos filhos segundos.

Para lhe proporcionar um rendimento necessário para seguir a vida eclesiástica, em 1824 o pai deu-lhe, em pagamento da legítima que lhe cabia por morte da mãe (e embora ainda fosse menor, face às leis da época), a Horta da Senhora do Rosário, sita nos coutos de Mértola, a qual lhe garantia um rendimento anual de oito mil e cem réis.

Quando o pai morreu, nomeou-o tutor dos seus irmãos menores (os filhos do 2º casamento do pai), no meio de elogios às suas "virtudes morais"[1], o que mostra não ter havido qualquer conflito familiar que o tivesse levado a cortar relações com o pai.

Durante a guerra civil entre liberais e absolutistas foi, tal como o pai, claramente Miguelista: encontram-se referências a donativos seus e de sua irmã D. Felicidade Augusta Perpétua de Mello Garrido para a causa de D. Miguel na "Gazeta de Lisboa" de 1832[2].




[1] Do Testamento de Manuel Ignacio de Mello, 1828:

[...] tendo Criado seu filho Eduardo no Estado Ecclesiastico no qual tem mostrado não o valor da Espada de seu Pay, mas as Virtudes Morais do mesmo [...]

[2] "Gazeta de Lisboa", nº 57, de 7 de Março de 1832, pg. 294